O Brasil gasta o equivalente a 5% do seu PIB em subsídios às empresas. Se bem que isso é menos do que o gasto em segurança social e pensões jubilatorias, tende a favorecer os ricos.
Isto é assim porque as empresas que recebem a maior parte dos benefícios não são pequenas empresas administradas por indivíduos de baixa renda, mas companhias mais bem grandes que contratam trabalhadores mais qualificados e que não necessariamente geram postos de trabalho de qualidade para os pobres.
Considerando que os subsídios são fornecidos a um baixo custo (em um país onde o custo de financiamento é elevado) e sua disponibilidade é limitada, o novo SCD levanta uma pergunta: Os subsídios vão para aqueles que realmente precisam?
Por outro lado, os serviços e programas orientados para os pobres —equivalente a 12,1% do PIB— sim proporcionam benefícios reais. Este valor inclui a educação primária e secundária e a saúde pública, além de iniciativas como o Bolsa Família. Como tal, em vez de controlar os gastos, o novo SCD recomenda-se um uso mais eficiente dos recursos disponíveis para esses serviços de forma tal que possibilitem a sua melhoria contínua.Se eu tivesse que reduzir a despesa, o que recortaría primeiro?
Um novo relatório do Banco Mundial indica que a diferença entre despesas e receitas no Brasil deverá fechar em algum momento, com o risco de que o nível de endividamento fique fora de controle, impactando na economia e nos serviços prestados à população. O gasto primário do governo central representou 37% do Produto Interno Bruto (PIB), enquanto que os rendimentos primários representaram 36% do PIB. O pagamento de juros, não incluídas nas despesas primárias, correspondeu a 12,5% do PIB em 2015.
Podem-Se fazer ajustes no orçamento sem prejudicar os 40% mais pobres da população do país. De acordo com o recente Diagnóstico Sistemático do País (SCD, por suas siglas em inglês) para o Brasil, os programas e serviços voltados para este segmento da população custam apenas 12,1% do PIB (comparado com o 16,1% erogado os não-pobres) e fazem a diferença para os mais necessitados.
Os subsídios e o atual sistema de pensões mínimas da segurança social, beneficiam os mais ricos muito mais do que a população de baixa renda, como indica o relatório. Isso os torna grandes candidatos para a sua reestruturação.