A qualidade da educação no Brasil continua a ser um problema sério. Por isso as recomendações para redução de custos como aconteceu no CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) no início do governo Bolsonaro abriu um alerta até em outros países. Afinal, segundo as declarações do Ministério da Educação a ineficiência está relacionado principalmente a um número excessivo” e o uso da palavra “despesa” pelo Ministro das Finanças e do Ministro da Educação em relação à educação de orçamento provocou uma tempestade de críticas da sociedade, insistindo que os fundos gastos em educação representa um investimento, e não uma despesa. As preocupações com o futuro das universidades públicas, plenamente mantidas pelos contribuintes, também se estenderam às instituições de Ensino Superior privadas que enfrentam novas realidades.
Entenda a situação da educação no Brasil
Tendo em mente que o nível de conhecimento dos alunos sobre a admissão em universidades particulares é geralmente menor do que em público, é interessante que os últimos cinco anos de resultados de exames nacionais mostram um crescimento impressionante em termos de qualidade, estável e redução das taxas de abandono e aumento do número de programas classificados como “cursos de excelência” no setor privado. É uma conquista significativa considerando que o custo de um estudante na universidade pública é normalmente três vezes maior do que o que o estudante paga em uma instituição privada.
Entretanto, essas situações estão sendo ameaçadas pelo excesso de contingente de alunos e, ao mesmo tempo, a dificuldade do Ministério da Educação em manter a verba para esses programas.
Programa de educação ou sobrevivência bancária?
Duas vagas de crescimento de inscrições no Brasil foram impulsionadas por programas públicos—”Universidade para todos” (ProUni), e o “fundo de empréstimo estudantil” (SiSu), permitindo que milhões de jovens tenham acesso a universidades privadas. Na edição do programa de 2020 também há previstos cortes. Para saber sobre as novidades da próxima edição do programa consulte prouni2020.info
Desde janeiro de 2018, o acesso ao financiamento do Sie foi reformulado, criando novas lacunas. Anteriormente, as Sie tinham um claro objetivo social, permitindo o acesso a mais de 700 mil jovens com o governo no papel de um banco que oferecia uma taxa de juros praticamente zero. O Sie 2018 foi limitado a 100 mil empréstimos do governo. A diferença será tratada pelos bancos comerciais com taxas de juro elevadas.
A reformulação do programa SiSu não considera os desafios reais enfrentados pelos alunos, mas apenas o retorno financeiro. As Sie não devem ser vistas como um produto do mercado financeiro, mas como um investimento no crescimento econômico. A preocupação deveria ser com as perspectivas a longo prazo do Brasil e não com uma visão a curto prazo do mercado financeiro.
Novas políticas de SiSu foram amplamente discutidas no país. Muitas pessoas viram isso como um programa de apoio aos Bancos para ajudá-los a enfrentar a crise econômica. Houve mesmo apelos ao boicote de Fies com a afirmação de que leva o país décadas atrás e diminui as conquistas anteriores. No entanto, as instituições de Ensino Superior privadas condenaram conjuntamente apelos a um boicote por se tratar de um importante programa de política pública.